LOCALIZAÇÃO: Avenida Luísa Todi - Setúbal
DONO OBRA: Câmara Municiplal de Setúbal
FASE PROJECTO: Projecto de Execução
DATA PROJECTO: 2009
DATA CONSTRUÇÃO: Previsão de arranque em 2011
ÁREA BRUTA DE CONSTRUÇÃO: 7 447,25m²
CONSULTORIA: GERAP, LDA. – Arq.º Marcelo Galego

EQUIPA:
Coordenador Arq.º Urbanista César Ruivo

Colaboração:

ARQUITECTURA
Arq.ª Sílvia Alves
Arq.ª Joana Maia
Arq.ª Sara Florindo
Arq.ª Márcia Godinho
Desenhadora Projectista: Paula Amâncio
Secretariado: Manuela Carriço

ESPECIALIDADES

FUNDAÇÕES E ESTRUTURA: Arquest, Arquitectura, Estudos e Projectos, Lda. - Eng.º Carlos Costa

ESCAVAÇÃO E CONTENÇÃO PERIFÉRICA: Arquest, Arquitectura, Estudos e Projectos, Lda. - Eng.º Carlos Costa

INSTALAÇÕES DE ÁGUAS E ESGOTOS: Estoril Monte, lda. – Engº João Rodrigues e Engª Mariana Esteves

INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS E TELECOMUNICAÇÕES: A. Cristóvão, Projectos de Engenharia, Lda. - Eng.º Amílcar Cristóvão

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS: A. Cristóvão, Projectos de Engenharia, Lda. - Eng.º Amílcar Cristóvão

INTRUSÃO, REDE DE DADOS E CCTV: A. Cristóvão, Projectos de Engenharia, Lda. - Eng.º Amílcar Cristóvão

INSTALAÇÕES DE SOM: A. Cristóvão, Projectos de Engenharia, Lda. - Eng.º Amílcar Cristóvão

AVAC: Zognum, lda. – Engº . Miguel Santos

INSTALAÇÕES ELECTROMECÂNICAS: Eng.º João Parreiro

CONDICIONAMENTO ACÚSTICO: Eng.º Francisco Martins

REDE DE GÁS: Eng.º João Parreiro

INSTALAÇÕES DE FRIO:  Engº António Barroso

INSTALAÇÃO FOTOVOLTAICA: Engº Hugo Rosas

O Mercado do Livramento em Setúbal é um ícone da cidade na dupla dimensão, económica enquanto centro de abastecimento e na dimensão urbanística enquanto edifício que, desde a sua construção, faz o interface entre o casco urbano da cidade e a zona portuária.

Tratando-se de um edifício cuja construção original remonta a 1876, a verdade é que na sua conformação actual resulta de uma profunda reconstrução ocorrida entre 1920 e 1930, tendo ainda sido objecto de obras de beneficiação da estrutura metálica da nave central mais recentemente, por volta de 1980.

Constituindo ao longo dos tempos o maior edifício daquela zona da cidade, a sua função de ex-libris deve-se por um lado, à expressão singular da sua arquitectura em estilo Art-Déco, e também pela sua vitalidade enquanto centro de transacções, onde a venda de pescado lhe tem conferido uma referência de âmbito nacional.

Acontece que essa vida e utilização intensas, associadas à vetustez e desgaste trazidos pelo tempo, por um lado, e à profunda transformação quanto às exigências higio-sanitárias, ambientais e de conforto actuais dos grandes centros de consumo levaram ao objectivo reconhecimento por parte do Município da necessidade de promover uma profunda requalificação do edifício existente, sem prejuízo da salvaguarda da sua identidade histórica e valor patrimonial.

Neste quadro, a Câmara Municipal de Setúbal lançou um Concurso Público de Concepção/Construção a que concorremos em parceria com uma empresa de construção – a ABB, SA. Após análise do anteprojecto e do trabalho adjudicado ocorreram múltiplas reuniões para acerto das condições para a evolução do projecto de construção com base na prossecução dos seguintes objectivos:
- melhoria das condições higio-sanitárias, funcionais e ambientais sem lhe retirar o carácter e a condição de referencia nos hábitos da população da cidade;
- assegurar a expansão futura para Sul;
- respeito pela arquitectura do edifício e de todas as suas componentes mais significantes, mantendo-lhe inalterada a sua presença no contexto urbano em que se insere;
- reorganização de todo o espaço de venda, racionalizando as circulações e garantindo acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada;
- reconstrução de todos os sistemas de infra-estruturas existentes de águas, rede de esgotos, pluviais, abastecimento eléctrico e toda a área de arruamentos (pavimentos envolventes);

Para lograr estes objectivos a intervenção física no edifício veio a ser caracterizada por:
- Remodelação generalizada do edifício com substituição de lajes, estrutura, pilares e pavimentos nas alas laterais nascente e Poente;
- Construção de um corpo novo a Sul com função de estrutura única de acesso de mercadorias (cargas e descargas) e acolhimento de áreas técnicas e de apoio logístico para além de outras instalações destinadas aos trabalhadores, designadamente balneários e instalações sanitárias.
- Intervenção ao nível da nave principal segundo duas linhas de acção que se inter-relacionam e se complementam:
uma delas, a alteração do layout interno e redefinição da matriz de distribuição dos postos de venda com a correspectiva dotação de redes de infra-estruturas que permitam o seu racional funcionamento em função dos diferentes usos.
a outra a revisão e substituição das chapas da cobertura e revisão de todo o sistema eléctrico, de telecomunicações e sobretudo alteração da rede de drenagem de águas pluviais;
Paralelamente, e coincidindo com a realização da obra correspondente à presente empreitada de concepção/construção, decorrerão mais outras duas que com esta directamente se correlacionam e que consistem:
- Toda a empreitada de AVAC e instalação de uma “mini-central” com painéis foto-voltaicos para produção de energia;
- Adaptação com recompartimentação das novas galerias do 1º Andar (Nascente, Poente) e actual galeria Norte criando um ninho de empresas com 30 áreas de trabalho e demais infra-estruturas comuns.

Tratando-se de um edifício contíguo a um monumento classificado por recomendação do IGESPAR o projecto assegurou todas as acções necessárias à preservação e conservação dos seguintes componentes:
- Toda a superfície e caixilhos das fachadas Norte, Nascente e Poente do Mercado;
- A parede de suporte ao Painel de Azulejos (parede interior Sul) deverá permanecer e para a sua protecção serão utilizadas as técnicas e os procedimentos mais adequadas;
- Protecção de partes visíveis da Muralha Filipina do Baluarte.
Por razões de outra ordem, permanecerão ainda nas suas condições actuais, de entre outras, as seguintes partes ou componentes do edifício:
- A estrutura de suporte de toda a cobertura da nave do Mercado;
- As paredes exteriores do edifício e as caixilharias que serão recuperadas;
- Toda a ala comercial a Norte que só será objecto de intervenção por via das obras de adaptação do existente às funcionalidades exigíveis pelo futuro ninho de empresas;
Com base nas condições enunciadas a obra foi iniciada em 2010 encontra-se em fase de conclusão, mas por razões alheias à nossa responsabilidade foi objecto de algumas alterações profundas face ao conceito proposto no nosso projecto de execução.