No início da década de 90 a Vila de Riachos, com cerca de 6500 habitantes dos quais uma percentagem elevada de população jovem, debatia-se com a gritante falta de um recinto polidesportivo coberto que permitisse o treino e a prática desportiva durante todo o ano e, cumulativamente, a realização de competições nas mais diferentes modalidades. Nessa época, com a construção de uma escola básica no espaço contíguo, surgiu a possibilidade de concretizar o sonho da população local congregado nos anseios de uma “Comissão Pró-Pavilhão” agregada à Junta de Freguesia de Riachos.
Com efeito, através de um Protocolo celebrado entre a Direcção das Construções Escolares, o Instituto do Desporto, a Câmara Municipal de Torres Novas e Junta de Freguesia, logrou-se obter um financiamento daquele Instituto que suportou parte dos custos estimados para a construção, ficando a utilização da infraestrutura ao serviço da Escola no período lectivo (diurno) abrindo a sua utilização à comunidade (clubes e associações) no período restante.
É neste contexto de escassez de recursos financeiros que nos irmanámos com a comissão, disponibilizando-nos para a elaboração e oferta do projecto à Vila de Riachos.
O local de implantação fica numa zona de equipamentos, central à vila de Riachos, pelo que o equipamento confina directamente com as escolas de 1º e 2º ciclos, bem como com o parque de jogos do Clube Atlético Riachense.
A contenção de custos determinou que a nave do Pavilhão fosse construída em estrutura pré-fabricada de betão encimada por uma estrutura simples de asnas metálicas, pelo que, ficando o pavilhão parcialmente enterrado em 3 dos alçados (Norte, Poente e Sul), a principal preocupação que colocámos no projecto - para além de ser a de dar satisfação ao programa e resolver todas as questões de índole funcional à luz das disposições legais em vigor - consistiu em envolver o volume austero da nave com um volume de menor porte nos alçados Nascente e Norte que, além de acolher todos os espaços de apoio, concorresse para a diluição do volume e constituísse uma efectiva valorização do conjunto.
O programa, além de incluir a nave para a prática de desporto com dimensões para se realizarem competições internacionais, incluía ainda todo o conjunto de espaços e células de apoio necessárias e compatíveis com a dimensão e características do equipamento (balneários, gabinetes, arrecadações, bar e secretaria), um ginásio para aquecimento e desenvolvimento de actividades (dança, ginástica e artes marciais) que, por falta de apoio financeiro, ainda hoje se encontra só em estrutura. Por essa razão, a construção encontra-se amputada de um corpo fundamental, que de resto constituirá o alçado nobre que acolherá a entrada principal do público, a secretaria, o foyer e a bilheteira.
Do ponto de vista construtivo, as soluções encontradas foram fortemente condicionadas pelos constrangimentos financeiros, tendo a obra no seu final sido executada com um orçamento de 450 000,00€.