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BIBLIOTECA MUNICIPAL GUSTAVO PINTO LOPES

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DONO DE OBRA: Câmara Municipal de Torres Novas
ÁREA BRUTA CONSTRUÇÃO: 3 750,00m²
FASE DO PROJECTO: Estudo Prévio e Anteprojecto
DATA DO PROJECTO: Estudo Prévio - 1995; Anteprojecto - 2001
DATA CONSTRUÇÃO: 2007/2009

EQUIPA


ARQUITECTURA

Estudo Prévio e Anteprojecto - Arq.º César Ruivo
Projecto de Execução – GAT de Torres Novas – Arq.º Carlos Amaro

ESPECIALIDADES

ESTRUTURA: EPO, Engenharia, Projectos e Obras, Lda - Engº. Alcides Colaço e Engº Pedro Douwens

REDES DE ÁGUAS E ESGOTOS DOMÉSTICOS E PLUVIAIS: GAT de Torres Novas

INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS, TELECOMUNICAÇÕES, CCTV, SOM E INTRUSÃO: GAT de Torres Novas

AVAC: Engenharia Projectos e Serviços, Lda.

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS: Alpes Ibérica – Auditoria, Projectos e Engenharia de Segurança, Lda.

O presente projecto foi concebido e desenvolvido nas fases de Estudo Prévio e Anteprojecto pelo Arq.º César Ruivo no âmbito de funções que desempenhou enquanto técnico na Câmara Municipal de Torres Novas, tendo posteriormente o desenvolvimento para projecto de execução sido assegurado pelo GAT de Torres Novas.

O Estudo Prévio, datado de 1995, foi elaborado para instruir um Processo de Candidatura ao Programa de Apoio às Bibliotecas Públicas, lançado a nível nacional pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas do Ministério da Cultura. Esse estudo Prévio foi alvo de dois aditamentos respectivamente em 1999 e 2000, como consequência de alterações às condições do programa.

Trata-se de um equipamento da classe BM2 que, para além do programa que lhe estava fixado, se acordou vir ainda a integrar o Arquivo Histórico Municipal, ter um auditório com 130 lugares, um bar e uma garagem para dois bibliomóveis.

Segundo o critério do IPLB a aprovação de candidaturas implicava a verificação de um conjunto de requisitos de entre os quais se prendiam aspectos e exigências que tinham a ver com a localização e sobretudo outras que se relacionavam com o reconhecimento de se estar em presença de edifícios com uma qualidade arquitectónica de mérito que, de per si, funcionassem com exemplaridade pedagógica em prol da cultura e da valorização das artes em geral.
No caso presente, por se situar em zona de protecção do castelo de Torres Novas, o projecto teve ainda de passar na avaliação do IPPAR que analisou o edifício em termos de integração com a envolvente e com aquele Monumento Nacional.

O local elegido, que não mereceu qualquer objecção por parte do IPLB, corresponde a uma zona de verde urbano central à cidade, com grande conforto na sua acessibilidade, com grande proximidade com equipamentos educativos, culturais e edifícios públicos. Situa-se no sopé da colina do castelo, ocupando o local onde em tempos existiu uma destilaria, confinando com o Rio Almonda e fazendo parte de uma estrutura verde principal a que corresponde o parque das Margens do Almonda e o jardim da Avª. João Martins de Azevedo.

Do ponto de vista topográfico o terreno colocava grandes condicionantes, não só pela considerável extensão do seu desenvolvimento em planta, mas sobretudo pelo elevado desnível que se verifica entre a zona anterior do terreno - a que corresponde o alçado sul - e a zona a norte, onde acabou por se propor aquele que poderá ser considerado o alçado principal.

A conformação do projecto, designadamente a sua distribuição em planta e a distribuição de volumes, foi assim condicionada por um conjunto de factores, desde logo a variação das condições topográficas do terreno, a intenção de preservar a memória da unidade industrial que tinha antecedido e ainda o propósito de acentuar o recorte e a presença do Rio na contiguidade imediata, que assim com a curva que descreve, modulou a fachada norte do edifício que lhe é paralela. Considerou-se ainda importante relacionar o edifício de dentro para fora com o castelo mas este objectivo foi em parte preterido na passagem ao projecto de execução.

Para vencer o desnível o edifício apresenta 3 pisos, sendo o piso térreo ocupado com todos os serviços técnicos de apoio e com o Arquivo Histórico Municipal; no piso 1 desenvolve-se a biblioteca propriamente dita com a entrada principal a fazer-se a este nível e o piso 2 é constituído pelo hall de acesso ao auditório tem um acesso independente no alçado Sul - para permitir o seu funcionamento em períodos diferenciados dos da biblioteca - através da via existente que dá acesso aos Paços do Concelho e ao Castelo.

De tudo o que se vem referindo resultou um edifício que se desenvolve em torno de um pátio exterior pontuado por uma chaminé industrial e que no resto é caracterizado pela fachada curvilínea que acolhe a sala de leitura, enquanto que no alçado oposto (Sul) o critério adoptado foi de perpetuar a memória do pré-existente constituído por um extenso paramento de alvenaria, escalonado, a acompanhar a inclinação da via mas onde a reduzida altura o adoça e agarra ao terreno.

De uma maneira geral o edifício tem um controlo de luz natural perfeitamente ajustado ao requerido pela função, o que se conseguiu pela orientação dada aos espaços de leitura e com recurso a soluções arquitectónicas que passaram pela utilização de lanternins e faixas contínuas acristaladas. O hall de entrada - de configuração ortogonal - tem superiormente um vazado circular de definição tronco-cónica invertida, com iluminação zenital na periferia que lhe confere alguma singularidade.

Apesar da afectação, por se tratar de um edifício de grande massa que se implanta no sopé duma colina e, por isso, recorrentemente visualizado de cima para baixo, era intenção do projecto inicial – mas não foi logrado - resolver a cobertura com um espelho de água, que asseguraria cumulativamente uma redução da presença do mesmo e em função das condições atmosféricas - por reflexão celeste - da variação do espectro ao longo do dia e do ano, promovendo uma diversidade de leituras naquele trecho urbano.

A população local e das imediações adoptou este equipamento que conta actualmente com um número superior a 125 000 visitantes por ano.