No início dos anos 90 o Ministério de Educação lançou um programa de construção de Residências de Estudantes cuja coordenação e financiamento foi coordenada e assegurada pelo I.A.S.E. – Instituto de Acção Social Escolar .
Esse programa privilegiava a reabilitação de edifícios para esta função que fossem pela sua arquitectura significantes e com valor patrimonial ou, em alternativa, que pela sua localização a sua reabilitação/reconversão contribuísse para a renovação urbana dos sítios.
O município de Torres Novas candidatou-se para a construção de uma residência de estudantes mista com capacidade para 120 residentes, tendo para esse efeito disponibilizado o edifício do antigo Matadouro Municipal, situado em plena zona histórica e confinando a tardoz e a Nascente com o Rio Almonda.
O edifício em si é o produto do cumprimento de um programa funcional pré-estabelecido com uma série de referências urbanas que vieram a moldar a sua caracterização plástica. Tem 3 alçados com leituras importantes e estrutura-se em função de um eixo de simetria cujo rigor só é alterado – em planta – pela definição programática e pela geometria trapezoidal ligeiramente irregular.
Sem conceder a mimetismos, em termos de imagem adoptou-se uma linguagem tradicional nos volumes, detalhes e elementos arquitectónicos, de entre dos quais se destaca a própria simetria e a manutenção de dois panos de empena no alçado principal, como reposição, evocação e memória do edifício pré-existente.
