A ATAM (Associação de Técnicos Administrativos Municipais) é uma entidade com sede num edifício da Praça do Município, em Santarém, cujas necessidades de funcionamento estão fortemente condicionadas quer pela sua área (com uma implantação que não chega aos 120,00m²) quer pela sua largura que é de cerca de 5,00m, e onde existe, a meio da sua profundidade ao nível do R/Chão, um páteo com uma área de cerca de 22,00m².
Sendo uma entidade com várias dezenas de milhar de associados, desenvolve uma intensa acção em matéria de acompanhamento, debate, consultoria e apoio à actividade administrativa dos municípios onde se destacam permanentes acções de formação e realização de reuniões de aperfeiçoamento e actualização na actividade administrativa municipal. Por esta razão decidiu empreender a construção de um Auditório e de uma Biblioteca/Centro de Documentação que, para além de apoiar as acções de formação, assegurasse a realização de encontros dos seus quadros dirigentes e de autarcas e bem assim acolhesse a realização de actos oficiais.
Dada a ocupação ao limite dos pisos superiores, o espaço de que se dispunha para o efeito resumia-se ao piso de cave, até aí a servir de arquivo e de arrumos. O desafio passou então a centrar-se na solução para o encaixe do espaço para o Auditório já que se estava em presença de um edifício que em todo o seu desenvolvimento tinha uma largura média de 5,00m.
Dadas as limitações de espaço disponível, o partido adoptado assentou no aproveitamento da zona central para aí instalar o auditório (39,65m²) dispondo-o transversalmente ao sentido de desenvolvimento do edifício e recorrendo, para este efeito, ao aproveitamento da área do pátio interior.
Logrou-se assim um pequeno anfiteatro com 44 lugares, equipado com meios audiovisuais e funções polivalentes de projecção, formação e videoconferência e ainda uma zona técnica de apoio junto do palco.
A zona de corredor de acesso aos antigos gabinetes torna-se agora no foyer do auditório, um espaço quer de passagem quer de espera. Aproveitando a intervenção propõe-se a reformulação dos revestimentos e acabamentos deste espaço de modo a conferir-lhe uma coerência plástica com a ambiência dos restantes.
Em matéria de conforto ambiental a exiguidade de espaço é contrariada na sua percepção por uma opção de transparência e de intercomunicabilidade visual entre o foyer, o auditório e a biblioteca, com recurso à integração de duas zonas acristaladas nos planos laterais do auditório que assim permitem varrer num olhar a extensão do piso.
Dado o perfil funcional das instalações neste piso, o conforto e o requerido requinte, são garantidos pela aplicação de materiais nobres nos revestimentos interiores com aplicação de apainelados escurecidos de madeira de cerejeira em pontuações de réguas de inox a acentuar a estereotomia proposta, pavimentos em pedra calcária polida nas zonas de circulação e tectos falsos em gesso cartonado que integram uma iluminação que pretende destacar percursos e materiais.