A pretexto da evocação/comemoração da mudança do milénio, no ano de 1999, dando desenvolvimento a uma ideia do actual Presidente do município - Sr. António Rodrigues - que quis inicialmente reconstituir miméticamente no centro histórico da cidade a Torre da Igreja de Santa Maria que havia sido demolida nos anos 60, sugeriu o Arqº. César Ruivo – à data responsável pelo sector do urbanismo – que a construção dessa torre fosse o elemento locomotor de um processo alargado de renovação urbana de uma zona degradada da cidade – o Largo General Humberto Delgado.
Propôs-se assim, em primeiro lugar, o projecto de uma torre com um desenho contemporâneo que para além de uma mega-escultura à escala urbana desempenhasse uma função iconográfica que, dado o seu porte, se imporia na silhueta da cidade. Esta torre, implantada no interior e num dos focos de uma elipse formada pela estrutura viária proposta, situava-se por sua vez na confluência de 4 eixos viários e veio a constituir o elemento central de composição de todo o desenho urbano, quer da praça quer da futura envolvente edificada.
Assim, a intervenção numa 1ª fase ocorreria dentro do perímetro da elipse onde se implantaria a torre, um jardim e a emoldurá-lo a Nascente uma banda edificada de 8 lotes com edifícios de 4 pisos com cave sujeitos à mesma morfologia e caracterização arquitectónica. Desenvolveram-se desde logo os projectos de execução dos edifícios cujos direitos de construção seriam para a Câmara Municipal de Torres Novas como contrapartida à construção quer da torre quer da praça/jardim.
Numa 2ªa fase, já exterior ao perímetro da elipse, induzida pela primeira mas já da responsabilidade dos proprietários privados, previa-se a substituição dos edifícios de um piso e meio existentes por novos de 4 pisoscom cave, sujeitos a algum controlo dos seus aspectos morfológicos de modo a segurar alguma unidade de elementos, mas tudo sempre sem coartar a diversidade de expressão de prédio para prédio.
Por sua vez a Poente toda a construção existente – em ruínas – seria demolida para dar lugar a uma nova banda de construção contínua paralela à elipse mas exterior a ela, onde cada lote é constituído por um outro corpo que se dispõe perpendicularmente e segundo direcções concêntricas que acabam por se constituir na nova frente urbana na exposição que detêm para a colina do castelo, o centro histórico e ainda para a zona baixa da cidade.
Toda esta banda define um pódium sobre as caves de estacionamento que se constituiriam no futuro como um verdadeiro miradouro sobre a cidade. Precisamente pela importância das panorâmicas possíveis do Largo para a cidade, procurou-se conferir uma relativa transparência naquela banda de edifícios, pelo que estes lotes são em parte considerável vazados em 2 pisos a partir do R/Chão, precisamente para que quem esteja no interior da praça/jardim possa contemplar a cidade.
Apesar de terem sido elaborados todos os projectos de execução dos 8 edifícios e da torre, o projecto foi suspenso ou abandonado, encontrando-se só concretizado o eixo viário (elipse).